1. DEFINIÇÃO DO TEMA
Jogos de azar e apostas envolvem a tentativa de obter lucro financeiro por meio da sorte, sem trabalho ou troca justa de bens e serviços. Isso inclui loterias, cassinos, bingo, apostas esportivas e outras práticas semelhantes.Norman Geisler, em sua obra, rejeita os jogos de azar a partir de princípios bíblicos éticos, mesmo que a Bíblia não os condene de forma direta. Ele argumenta que o cristão deve usar critérios morais para avaliar tais práticas. Seus principais argumentos são:
- “Se alguém não quiser trabalhar, também não coma” (2Ts 3.10)
- A ética cristã valoriza o trabalho honesto como meio de sustento e bênção.
- A aposta busca ganhar sem trabalhar, incentivando a ociosidade.
- “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1Tm 6.10)
- Jogar por dinheiro estimula cobiça, contrária ao espírito cristão.
- A motivação das apostas geralmente não é diversão, mas ganhar dinheiro rapidamente, o que pode gerar idolatria do lucro.
- “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu” (1Pe 4.10)
- O cristão é chamado a administrar com sabedoria os recursos dados por Deus.
- Gastar dinheiro em apostas é desperdício e má administração dos bens.
- “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm... não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Co 6.12)
- Jogos de azar podem se tornar viciantes, destruindo vidas, famílias e finanças.
- O vício é uma escravidão moral, contrária à liberdade cristã em Cristo.
- “Ai dos que decretam leis injustas... para negar justiça aos pobres” (Is 10.1-2)
- A maioria dos que apostam são de baixa renda, movidos pela esperança ilusória de melhora financeira.
- Loterias e jogos estatais frequentemente funcionam como exploração legalizada da pobreza.
Norman Geisler conclui que os jogos de azar são:
- Imorais, por promoverem vícios, injustiça e ganância.
- Antibíblicos, por contradizerem os princípios da justiça, da mordomia e do amor ao próximo.
- Socialmente destrutivos, pois empobrecem os fracos e fortalecem sistemas corruptos.
- A trabalhar honestamente (Ef 4.28)
- A confiar em Deus para o sustento (Mt 6.33)
- A ajudar os necessitados, e não explorá-los (Pv 19.17)
- A ser mordomo fiel, e não um jogador impulsivo (Lc 16.10-12)
- Igrejas devem instruir com clareza sobre os perigos espirituais e sociais das apostas.
- Pastores e líderes precisam oferecer apoio para pessoas presas ao vício do jogo.
- Famílias cristãs devem ensinar desde cedo o valor do trabalho, da paciência e da confiança em Deus.
“Não ajunteis para vós tesouros na terra... mas ajuntai para vós tesouros no céu...” (Mt 6.19-20)
A ética cristã não se orienta pelo lucro fácil, mas por valores eternos. A confiança do crente não está no acaso, mas na providência de Deus. A aposta alimenta a ilusão de controle e o desejo de riqueza sem esforço, enquanto a fé cristã nos chama à fidelidade, diligência e contentamento.
GEISLER, Norman L. Ética Cristã: Opções e questões contemporâneas. Tradução: Gleison Cabral. São Paulo: Vida Nova, 2017.