COMO MANTER O FRESCOR ESPIRITUAL
(Do livro Desafios da Liderança de John Stott)
(Do livro Desafios da Liderança de John Stott)
3.1
– INTRODUÇÃO
Um
problema muito comum dos líderes cristãos não é tanto o desânimo, mas a
estagnação, isso é um arraste inercial de enfraquecimento físico, emocional e
espiritual, e até o enfraquecimento da fé cristã. A glória do evangelho pode
perder o brilho e o ministro perder a empolgação, perde o brilho dos olhos, a
flexibilidade dos passos e começa-se a parecer poças estagnadas, vem vez de
rios de água corrente. A raiz da estagnação pode estar na falta de disciplina.
O teólogo John Stott recomenda autodisciplina nas áreas: Descanso, relaxamento,
tempo e devoção.
3.2
– AUTODISCIPLINA
1) DISCIPLINA DO DESCANSO E DO RELAXAMENTO
– Somos criaturas pneumato-psicossomáticas, somos corpo, mente e espírito. É
uma inter-relação complexa e sabemos que a condição de um afeta os outros. A
condição do nosso corpo afeta nossa vida espiritual. Muitos líderes cristãos
são trabalhadores compulsivos, excessivamente meticulosos, trabalhando de
manhã, à tarde e à noite.
Marcos
6.45, é um texto bem direcionado aos trabalhadores compulsivos, lógico
que há um diferencial orgânico entre cada um. Diz o texto: “Logo em seguida, Jesus
insistiu com os discípulos para que entrassem no barco e fossem adiante para
Betsaida, enquanto ele despedia a multidão”. Jesus despediu a multidão porque
queria ir embora, descansar e orar, então o texto não faz sentir culpado quem
quiser ter um período de descanso. Não podemos deixar de destacar o tempo para
a própria família. Deus foi quem estabeleceu um dia por semana, a cada sete
dias, para descansar. “Tentaram mudar isto durante a Revolução Francesa.
Tentaram mudar novamente em 1917, depois da revolução na Rússia, mas o
experimento não deu certo. Deus sabia o que estava fazendo quando nos deu um
dia de descanso a cada sete, ...”.
PASSATEMPOS
– Os jovens são próximos do esporte e os mais idosos têm interesse por alguma
ramificação natural. Se diz que os evangélicos têm uma boa doutrina da redenção
e uma péssima doutrina da criação. Nossos passatempos deveriam levar-nos para o
ar livre.
TEMPO
COM A FAMÍLIA E AMIGOS – A família e as amizades são dádivas de Deus que as
vezes não sabemos valorizar. Tanto na família como nas amizades podemos
compartilhar profundamente nossas experiências espirituais. Paulo em 2
Coríntios 7.5-6, nas suas tribulações ele disse que foi consolado com a chegada
de Tito. Ainda em na sua maturidade missionária, preso, tendo combatido o bom
combate, disse a Timóteo: “Procure vir logo ao meu encontro” (2 Tm 4.9).
“Assim,
há três reflexões para vocês sobre a disciplina do descanso e do relaxamento.
Há a necessidade de tirarmos um tempo para descansar, a necessidade de termos
passatempos ou praticarmos esportes e a necessidade de termos uma família e
amigos. Estas são necessidades humanas. Nunca tenhamos vergonha de admitir que
as temos”.
2) A DISCIPLINA DO TEMPO – O tempo é um
bem muito precioso. Todos temos a mesma quantidade de tempo. Destaquemos Ef
5.16: “Aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus”. Há
um extrema necessidade de planejar nosso próprio cronograma diário e iniciando
o dia orando pelas respectivas tarefas. O evangelista John Stott diz que todo
pastor, normalmente é ocupado, deveria ter um dia tranquilo no mês, afastar-se
da família e da igreja, procurar entender a mente de Deus e esperar pelos
próximos meses para ver que direção tomar, para evitar “pesadelos de pastor”. E
com a prática as vezes se torna semanal e mensal para planejamentos de longo
prazo.
3) A DISCIPLINA DA DEVOÇÃO – Essa devoção
está relacionada com a leitura bíblica e a oração. Os líderes precisam conhecer
as Escrituras como um todo, pois grande parte da interpretações equivocadas da
Bíblia deve-se ao conhecimento parcial ou a um uso seletivo da Bíblia. O pastor
escocês Robert Murray, em 1842, incentivava sua congregação a ler toda a Bíblia
ao longo de um ano. Ele queria que as pessoas lessem duas vezes o Novo
Testamento e uma vez o Antigo Testamento para assimilarem toda a Bíblia, para
isso exige a leitura de quatro capítulos por dia. No primeiro dia do ano começa-se
com os quatro grandes começos das Escrituras: Gênesis 1, Esdras 1, Mateus 1 e
Atos 1. Cada um trata de um nascimento. Gênesis é o nascimento do Universo;
Esdras 1 é o renascimento da nação após o exílio da Babilônia; Mateus 1 é o
nascimento de Jesus e Atos 1 é o nascimento da igreja cristã. Portanto,
começamos com os quatro grandes começos e depois os acompanhamos ao longo do
ano. Lógico que começa-se ler a Bíblia com alguns minutos de meditação antes,
lembrando que Deus fala por intermédio do que Ele já falou. Sabemos que o
propósito da leitura bíblica é ouvir a voz viva de Deus.
“A
oração é para a alma aquilo que a respiração é para o corpo. A vida espiritual
não pode ser mantida por muito tempo sem a oração. Que nossa oração seja: ‘Senhor,
ensina-me a orar” (Elliott Horton).
3.3
– CONCLUSÃO
John
Stott: “Por isso, recomendo a autodisciplina nestas área: descanso e
relaxamento, o uso do tempo e devoção, e espero que o Senhor abençoe ricamente
a vida de vocês com Ele".
“A graça do Senhor Jesus seja com
todos”.
Parnamirim – RN, 30 de março de
2019
Otoniel M. de Medeiros
Referência bibliográfica
STOTT, JOHN. Desafios da liderança.
Viçosa: Editora Ultimato, 2016.